quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ao som de Justin Timberlake...




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Perdi as contas de quantas vezes, pensando em alguém, eu segurei o lápis diante dessa folha tão branquinha, à espera de ser preenchida. E eu queria conseguir externar tudo o que, quase me sufocando, insistia em permanecer interno. Dias, semanas, meses se passaram e o espaço reservado no tal papel continuava ali, sem um rabisco sequer. Não, realmente não era por falta de história pra contar, talvez pelo excesso delas.
Foram tantos momentos bons e ruins, tranquilos e tensos, felizes e tristes, engraçados e stressantes, que eu poderia comparar tudo que aconteceu à uma montanha-russa, com altos e baixos. Sempre tudo muito extremo, estando tudo muito bem ou tudo muito mal. Sem meio termo, sem mais ou menos. Reto e direto.
E como lidar com os extremos? Com o inseguro? Com o inconstante? Responda-me você, caro (a) leitor (a), porque ainda procuro tal resposta. 
Até que para alguém que não sabia lidar com isso, eu me sai muito bem. Um pouquinho de paciência, uma pitadinha de flexibilidade e um caminhão cheio de compreensão. Pronto, deu pra levar. Deu pra não quebrar os ovos em que diariamente eu pisava com tanto cuidado.
Muitas vezes ouvi brincadeiras de que eu merecia um troféu, ou um diploma de PhD, uma medalha, ou até mesmo um certificado... Por conhecer tão bem, em tão pouco tempo... Mas a verdade é que não conhecemos nada tão profundamente ao ponto de saber sempre como agir. 
E foi nessa levada de não saber como agir, que as coisas se perderam. Assim, em um piscar de olhos. De uma dia para o outro. Ou melhor... De um domingo para uma segunda.
A montanha-russa desceu e parecia não ter mais forças para subir. Não havia mais frio na barriga ou lupes de alegrias. Ela parou! E parou justamente no baixo. Tudo aquilo que parecia tão divertido, passou a não ter mais a menor graça. E lá estava eu, quase que lutando contra a gravidade para fazer esse trem subir novamente. Mas não adiantou... Parado estava, parado ficou. Assim como o velho ditado que diz: "Quando um não quer, dois não brigam", as coisas não iriam funcionar só porque eu queria.
Em meio aos meus milhões de questionamentos, algo me dizia: "Se acalma menina. Deixa... Deixa estar... Deixa o tempo passar! Uma hora tudo volta a funcionar e quando você menos esperar o que estava no baixo, estará no alto novamente. Talvez de uma outra forma, mas vai estar. É só questão de tempo."
Aos poucos eu fui deixando essa voz falar mais alto e parei de me preocupar tanto... Fui aprendendo que nem todo mundo está preparado para certos cuidados e carinhos, e por isso, precisam estar sozinhos. Sobretudo, fui percebendo que eu não precisava saber lidar com tudo isso e logo, não havia motivos para insistir. 
Às vezes é melhor deixar pra lá e guardar boas lembranças de algo especial, do que insistir e virar algo ruim. Pois, por mais que muitas vezes não pareça, eu ainda quero acreditar que... It's not a bad thing.


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