quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Reticências...





Um sorriso, um olhar.
Uma mensagem, uma brincadeira, uma ligação.
Um bombom, um e-mail, um encontro.
E não tão difícil acontecer... Um beijo.
E desde então foi assim... 
Os encontros começaram a ter mais frequência, ainda que com pouca demora.
Era a melhor hora do dia. 
Era o momento em que podíamos rir, conversar, relaxar, acarinhar...
E fazia bem... Tão bem!
Se o carro falasse, confirmaria cada linha escrita acima.
Era, sem dúvidas, um doce novembro...
Mas aí chegaram as férias... O fim de ano... E com ele as limitações.
No lugar dos sorrisos, as dúvidas.
No lugar dos beijos, o pedido de espera.
No lugar das ligações, o ocupado.
Uma conversa, uma decisão.
Um risco, uma indefinição.
Não sei se esperei, ou se ainda espero.
Não sei se quis, ou se ainda quero.

Onde eu clico para apagar da mente todos os beijos, abraços, passeios, carinhos, sorrisos, que sem querer, desejei para nós dois?

Talvez tenha sido pelo fato da nossa história não chegar à lugar algum, que a interrogação insiste em permanecer em meus pensamentos.
Mas uma coisa é certa: Pior do que o ponto de interrogação, é a reticências de algo que não teve fim...

-

Pense o que quiser! 

-

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O que aconteceu?

Ele a conheceu.
Ela o recebeu.
Ele a procurou.
Ela se esquivou.
Ele arriscou.
Ela se amedrontou.
Ele se declarou.
Ela se calou.
Ele sentiu.
Ela reconheceu.
Ele desistiu.
Ela fingiu.
Ele mudou.
Ela permaneceu.
Ele recomeçou.
Ela se arrependeu.
Ela disse ''olá''.
Ele disse ''adeus".

-

Pense o que quiser :)

.

domingo, 26 de agosto de 2012

Choque térmico




Respirou fundo. Olhou para os lados. Atravessou as pistas por entre os carros.
Não se contentou em olhar da calçada. Era necessário pisar na areia, sentir a onda quebrar em seus pés.
Por um momento sorriu. Mas logo percebeu que a água estava demasiadamente gelada.
A vontade real da menina era se jogar mar a dentro. Então, se arriscou.
Se despiu, se permitiu, mergulhou.
No começo até esqueceu o quanto aquela água era gelada. Não importava! Ela queria estar ali.
O tempo foi passando...
O corpo começou a apresentar sintomas de que aquela temperatura estava muito baixa.
Ela era quente, a água era fria. Um possível choque térmico.

Cogitou a possibilidade de sair. Porém, nada naquele momento a deixava mais feliz do que estar naquele mar.
Começou a ventar...
As ondas pouco a pouco começaram a aumentar. Ficava cada vez mais difícil continuar ali.
Ela insistiu.
Mais um pouco de tempo... Um espirro.
Mais outro pouco de tempo... Uma tosse.
E foi assim que, mesmo ela gostando muito de estar naquele lugar, torcendo para que a temperatura da água subisse, ela percebeu que não a fazia tão bem quanto pensava.
Estava muito frio, entende?
Ela precisava de algo para aquecê-la.

Saiu do mar... 
Se vestiu...
Olhou para trás e disse: "- Ninguém consegue aguentar frieza por muito tempo."
E partiu.

-

Sinta-se à vontade para entender da maneira que te convém.


.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O que se perdeu...




Alguém se aproxima e dispara a pergunta:
"Tem visto o...?"

E é como se o frio tivesse invadido o estômago, sem nem pedir licença.
Mesmo sem ter mencionado o nome, sabia de quem se tratava. 

E é sempre assim: A voz embarga, os olhos parecem não ter direção.
O coração aperta e da boca sai um ''não'' quase que imperceptível.
Pronto. É o suficiente para ficar em estado de hipnose.
O olhar parecer ter encontrado um ponto fixo, mas a mente parece estar à vaguear.
Tudo o que mais queria era realmente ter visto, estar perto, de preferência junto. 
Entretanto, já não era mais possível...
Outra pessoa se aproxima:
"Vamos sair hoje? Vai rolar uma boa que você não pode perder."

Mas não existia nenhuma boa, nenhum show, nenhuma festa, nenhum lugar ou nenhuma pessoa, que pudesse substituir o que de mais importante havia sido realmente perdido...


VOCÊ!




.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Quantas vezes?



"Nós não nos pertencemos mais."
Quantas vezes será necessário repetir essa frase para que você entenda?
Fizemos nossas escolhas, que por sinal, nos levaram à caminhos distintos. 
Qual é o seu problema?
Por que fala comigo nesse tom de ameaça? Não tenho mais nada a perder com você.
Deixei você ir... O que te faz olhar para trás? O que te prende a mim?
Perdi as contas de quantas vezes você saiu por essa porta, entrou no carro e disse: "Adeus."

Quantas vezes perdemos o contato, ficamos meses sem nos falar, mas o "nunca mais te procuro" de fato, nunca aconteceu.
É como se houvesse uma necessidade de saber como está a sua vida, o que andas fazendo, se precisa de alguma ajuda.
É... Acho que não perdi o costume de cuidar de você. Mesmo que de longe, em silêncio. 

Mas... Espera aí! Não estávamos falando de você? Deixa eu recomeçar:

"Nós não nos pertencemos mais!

Quantas vezes será necessário repetir essa frase para que você entenda?"
(...)

Acho que será preciso até que eu entenda também.


-


Sinta-se à vontade para entender da maneira que te convém
Mas lembre-se: Sou responsável pelo que eu escrevo e não pelo que você interpreta.


:)


segunda-feira, 12 de março de 2012

Quero, imagino ou sonho?



Ar de mistério que me desperta curiosidade ao extremo.
Jeito fascinante que me atrai como ímã.
Será que você é exatamente como eu penso?
Ora amargo, ora doce.  Ora realista, ora poético.
Um equilíbrio tão desejado e tão raro.
Pensamentos, ideias, interrogações, exclamações, reticências...
Querer o desconhecido é no mínimo arriscado demais.
Pode uma pessoa se encantar tanto com palavras ao ponto de não se contentar em somente lê-las?
Posso querer um pouco além disso?
Me pego sentada, em ''stand by'', ''waiting for you''.
Um novo dia, uma nova música, um novo gesto, um novo diálogo.
De novo, de novo e de novo...
Onde eu clico para não criar expectativas sobre algo que nem ao certo sei do que se trata?
O que mais me impressiona é o fato de torcer.
Torcer para que seja o nosso dia, a nossa música, o nosso gesto, o nosso diálogo.
Só preciso descobrir se eu quero, imagino ou sonho.
Pode ser... Os três?

-

Sinta-se à vontade para entender da maneira que te convém.
Mas lembre-se: Sou responsável pelo que eu escrevo e não pelo que você interpreta.

:)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Iceberg



"É... Bem que eu queria..." - sussurrou Beatriz. 

Aquela menina-mulher que outrora nem se quer pensava sobre o assunto, se via desejando viver um romance.
Não precisava ser perfeito, pois a mesma sabia que isso era, humanamente, utópico. Almejava algo simples e ao mesmo tempo intenso.
Passeios de mãos dadas, risadas ao caminhar na praia, beijos ao entardecer. Olhares, suspiros, arrepios, toques. Não só isso, como também, as famosas "DR's". Não aquelas que desgastam o relacionamento. Mas aquelas que logo após o fim, faz com que a vontade de estar perto aumente mais ainda, incrementando assim, o amor. Afinal, cá pra nós, é muito gostoso fazer as pazes e matar a vontade de tomar o companheiro em um gole só, não é mesmo?


Havia mais ou menos dois anos que Beatriz negava a permissão de qualquer tipo de sentimento relacionado ao amor em sua vida. Não porque queria, ou porque era fria desde nascença. Apenas porque um dia acreditou, se dedicou e amou demasiadamente alguém que não a valorizou. A mesma, então, se esfriou.

Porém, para a sua surpresa, o que estava acontecendo assemelhava-se com um gelo. Dentro de seu recipiente, dentro de seu quadrado, dentro do seu frio esconderijo... E era como se alguém tivesse aberto a porta desse freezer, sem pedir licença, permitindo então que o calor daquele verão entrasse.

Era assim que se sentia: Um iceberg derretendo...