domingo, 5 de fevereiro de 2012

Iceberg



"É... Bem que eu queria..." - sussurrou Beatriz. 

Aquela menina-mulher que outrora nem se quer pensava sobre o assunto, se via desejando viver um romance.
Não precisava ser perfeito, pois a mesma sabia que isso era, humanamente, utópico. Almejava algo simples e ao mesmo tempo intenso.
Passeios de mãos dadas, risadas ao caminhar na praia, beijos ao entardecer. Olhares, suspiros, arrepios, toques. Não só isso, como também, as famosas "DR's". Não aquelas que desgastam o relacionamento. Mas aquelas que logo após o fim, faz com que a vontade de estar perto aumente mais ainda, incrementando assim, o amor. Afinal, cá pra nós, é muito gostoso fazer as pazes e matar a vontade de tomar o companheiro em um gole só, não é mesmo?


Havia mais ou menos dois anos que Beatriz negava a permissão de qualquer tipo de sentimento relacionado ao amor em sua vida. Não porque queria, ou porque era fria desde nascença. Apenas porque um dia acreditou, se dedicou e amou demasiadamente alguém que não a valorizou. A mesma, então, se esfriou.

Porém, para a sua surpresa, o que estava acontecendo assemelhava-se com um gelo. Dentro de seu recipiente, dentro de seu quadrado, dentro do seu frio esconderijo... E era como se alguém tivesse aberto a porta desse freezer, sem pedir licença, permitindo então que o calor daquele verão entrasse.

Era assim que se sentia: Um iceberg derretendo...